terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre a indiferença


Prólogo.


'Permitam-me que seja franco antes de começar: Não vão gostar de mim. Os cavalheiros sentirão invejae as damas repulsa. Não vão gostar de mim agora e muito menos com o decorrer da história. E pensem. Seria este arrepio mesmo que ele sentiu? Será que sentiu algo de mais profundo? Ou existe um muro de infelicidade emque todos chocamos com as cabeças nesses pequenos momentos eternos? É tudo. Este foi o meu preâmbulo. Nada em rima. Nenhuma afirmação de modéstia. Não esperavam isso, penso eu. E não quero que gostem de mim.
Olho a cabeça de um alfinete... e vejo anjos dançando.E então, gostam de mim agora?'
Prólogo do filme "O Libertino"
Já dizia Martha Medeiros: a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro. E ela tem toda razão.

O que é a indiferença então? Um sentimento que, ao contrário do amor e do ódio, está sempre fora da lista dos sentimentos arrebatadores. Não conduz ninguém a comportamentos extremos, está sempre ali, escondida.

Pra se amar ou se odiar, é preciso muita energia, pra sermos indiferentes, não é preciso nada. Indiferença é exatamente isso. O Nada.

Não nos importamos com quem somos indiferentes. Não estamos nem aí se viajou para o Hawaí, se ganhou um Troféu Framboesa, se corre 2 kms por dia. Não importa.

Indiferença deveria ser mais valorizada. É a salvação da espécie humana, sempre tão acometida por grandes sentimentos.
Indiferença é exilio no deserto. Com sombra e água fresca.
Preocupe-se apenas com aqueles que ama e com aqueles que espalham o bem. Quem ama se importa. Quem não ama, também não precisa odiar... deixe pra lá.

Autora: Luciana Cristina Rios
Website: seunomenaoconsta.blogspot.com

segunda-feira, 29 de março de 2010

Animus


Vivemos em um mundo, ou melhor, em uma sociedade ou civilização, na qual seus integrantes insistem em deixar seus egoísmos os comandar. Todos em seu referente "galho", olhando para os lados com um ar de nojo, se referindo ao próximo de forma hipócrita demais para sentir ao menos um pingo de existencialidade em prol do mesmo. Somos seres intencionais, preocupados em nossos próprios interesses, em o que poderemos ganhar ao auxiliar o outro. Tal ato, vindo da raça humana, não é uma novidade de assustar. Porém, o que me dá medo, é o quanto essa forma de conviver está se tornando popular. São poucos os indivíduos que ainda se doam sem esperar nada em troca, são poucos aqueles que cumprem seu papel de integrante do sistema de forma licita, ética. Em verdade o ser humano é sim, uma máquina de ambição, e esta já o levou a cometer atos destrutíveis a própria raça. Não me refiro só as guerras, aos desleixes com o habitat natural. Mas também, a toda forma de burlar o sistema social em que vivemos, a todas as formas de corrupção, as todas as formas de maltrato, a toda falta de senso-critico. É doentio perceber que muitos ainda tem a mentalidade de que seus atos ilícitos e "nebulosos", referentes ao todo, não influenciem no conjunto total em que estão inseridos.

Não, isto é errado. Todos seus 
atos e pensamentos influem sim. Toda a forma de agir, pensar, todas as intenções referentes aos outros, ou a si mesmo, criam uma corrente de ações e reaçõesenvolvendo todo o conjunto no qual tal individuo está contido. E analisando as atuais bases de convivência e "falta de valores" da sociedade como um todo, tais correntes só tendem a levar emreações catastróficas.
Talvez o ser humano, em toda sua existência, deve-se começar a trabalhar melhor sua mente, seus propósitos, "se tocar" de que a designação sociedade, grupo social, não foi dada em vão.

imagem: Homem_T_IV_by_LilithLeFay (deviantart.com)

Míticos e homens

Nossa realidade, um emaranhado de mitos que nascem em nosso interior desconhecido e saem para a consciência aberta e concreta "ou não". As formas míticas de um mundo criado por um ser, o humano, para justificar suas próprias limitações pessoais e étnicas, para dar significado aos mistérios que estão além da própria compreensão universal.


O próprio homem criou seus deuses e castigos, seus mitos, suas prensas. Talvez pelo simples fato de ter a quem culpar, para poder fugir de suas próprias responsabilidades de desgraça deste mundo. Para poder se auto-controlar, assim como o tempo uma relez ferramenta manipuladora criada pela criação, para auto valorizar seu estado fisico ainda vivo, ainda carnal.

E ainda assim, o homem é fascinante, sua mente, e todo o poder de imaginação que contém, toda a linda dança de passos ritmados. E antes de iniciar meu verdadeiro texto, apenas uma questão: Somos, você e eu, do modo como nos conhecemos, reflexos de algum mistério solene ?? E se somos, estará esse mistério adequadamente representado em nossa imaginação de nossos deuses ou Deus??

Textos:


¹"O sábio chinês Chuang-Tzu, sonhou certa vez que era uma borboleta, e ao acordar se perguntou se até então fora um homem sonhando, ou se não poderia ser naquele momento uma borboleta sonhando ser um homem. Que vimos a esta terra para viver é uma inverdade. Nós vimos apenas para dormir, para sonhar."

²"O sono fatídico flutua e flui. Envolto no entrelaçamento das rosas;
Mas veja! A mão e o coração predestinados a destroçar a maldição dormente.
Ali se acha o amor guardado, a chave para todo o tesouro que virá a ser;
Vem ô mão predestinada, agarrar o poder e acorda bruscamente este mundo adormecido."

³"O sonho, uma pequena porta escondida nos recantos mais intimos e secretos da alma, abrindo-se para dentro desse noite cosmica que era psique muito antes de existir qualquer consciencia do ego, e que permanecerá psique até onde quer nosse consciência do ego posso estender. Pois toda consciencia do ego está isolada: ela separa e discrimina, conhece apenas pormenores, e vê apenas a nebulosa mais distante entre as estrelas. toda consciencia separa; mas, nos sonhos, assumimos a parencia daquele homem mais universal, mais verdadeiro e mais eterno, que vive na escuridão da noite primordial. Lá, ele ainda é o todo, e o todo está nele, indistinguivel da natureza e despido de toda condição do ego. É dessas profundezas que a tudo unificam que surge o sonho, seja infantil, grotesco e imoral. Em sua transparencia e veracidade ele se assemelha tanto a uma flor que nos faz enrubescer diante da insinceridade de nossas vidas"

1: Poema asteca anônimo
2: La Vida es Sueno - Trecho de uma peça teatral de Calderón
3: O sonho - C.G Jung, uma elucidação da arte hindu.

Ambos os textos tratam do mesmo assunto, do uso dos mitos e sonhos e de todas as ferramentas imaginárias, das quais o homem se utiliza para dar explicação a sua propria existencia e fatos.
Termino aqui pedindo que leiam e abrem suas mentes para os mais variados significados, sonhe e deixe seu sonho fluir em você.


Imagens: deviantart.com

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